DISFUNÇÃO ERÉTIL

Dúvida sobre disfunção erétil? Respondemos todas para você

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Imagine uma condição que afeta 100 milhões de homens em todo o mundo – muitos com mais de 40 anos – e, embora seja comum, permanece sem tratamento na maioria dos casos? Estamos falando da disfunção erétil (DE).

 

Também chamada de impotência sexual, deixa muitos homens constrangidos ou com vergonha de falar sobre o assunto, o que atrasa seu tratamento.

 

Quem apresenta disfunção erétil muitas vezes se sente sozinho em seu sofrimento, mas isso está longe de ser verdade. Um estudo sobre o envelhecimento masculino descobriu que 40% dos homens experimentam algum grau de disfunção erétil após os 40 anos, e a incidência aumenta para até 70% aos 70 anos.

 

A disfunção erétil é comum, mas muitas vezes nós, homens, não conseguimos aprender nem mesmo o básico sobre o que é, o que a causa e o que pode ser feito para tratá-la e preveni-la. Continue lendo para saber mais sobre essa condição e como você pode gerenciá-la da melhor maneira.

Afinal, o que é disfunção erétil?

Disfunção erétil é a incapacidade de obter ou manter uma ereção firme o suficiente para o sexo. Mas o que, exatamente, acontece? Dentro do pênis existem duas estruturas – os corpos cavernosos – que contêm diversos vasos sanguíneos e tecidos, bem como uma artéria principal.

 

Quando você fica excitado, seu cérebro envia mensagens químicas aos vasos sanguíneos da pelve, fazendo com que se dilatem para que o sangue flua para o pênis. Ao mesmo tempo, o retorno do sangue do pênis para a circulação é reduzido, mantendo os corpos cavernosos cheios e rígidos, o que deixa o pênis ereto. Se o fluxo para o pênis for insuficiente ou se o sangue “escapar” dos corpos cavernosos, ocorre a disfunção erétil.

 

Esse problema atinge mais idosos, seja pelo próprio processo de envelhecimento ou pela incidência de doenças associadas que causam a disfunção erétil, como diabetes e pressão alta.

Disfunção erétil é o mesmo que falta de desejo sexual?

A disfunção erétil pode estar presente mesmo quando a libido – nome dado ao desejo sexual – está preservada. Nesse caso, o homem tem vontade do ato sexual, mas não consegue fazê-lo pela dificuldade em ter ou manter uma ereção.

O que causa disfunção erétil?

A ereção é um processo complexo que envolve cérebro, hormônios, nervos e vasos sanguíneos. Por isso mesmo, as causas da disfunção erétil podem estar relacionadas com uma falha ou desequilíbrio em qualquer um desses mecanismos ou em uma combinação deles.

 

Em geral, as origens desse problema são divididas em dois grupos: físicas e psicológicas. Embora cada uma delas tenha seu próprio conjunto de fatores de risco, muitos casos de disfunção erétil envolvem mais de uma causa.

Causas físicas

Doenças vasculares e cardíacas

As causas físicas mais comuns da disfunção erétil estão relacionadas à circulação e à pressão arterial. Doenças cardíacas, enrijecimento das artérias, colesterol alto e hipertensão podem afetar a quantidade de sangue que flui para o pênis e, deste modo, prejudicar a ereção.

Diabetes

A diabetes, por sua vez, contribui para a impotência ao danificar os nervos e os vasos sanguíneos.

Obesidade e síndrome metabólica

A obesidade e a síndrome metabólica estão relacionadas à disfunção erétil, já que aumentam o risco de alterações na pressão arterial e no colesterol.
 

Alterações hormonais

Você já deve ter ouvido falar que a testosterona é o principal hormônio sexual masculino. Sinais e sintomas como cansaço, alterações no humor, redução do desejo sexual e disfunção erétil podem indicar hipogonadismo, que é a deficiência deste hormônio.

Doenças neurológicas

Lesões na medula espinhal, esclerose múltipla, Parkinson ou alteração no funcionamento dos nervos também podem levar à disfunção sexual.

Medicamentos e drogas

Alguns remédios podem interferir na ereção, como anti-hipertensivos e antidepressivos, além de drogas, como álcool, tabaco, heroína e cocaína.
 

Procedimentos médico

Certos tratamentos e cirurgias podem danificar os nervos e vasos sanguíneos do pênis e, consequentemente, prejudicar a ereção. Entre eles, estão:

 

Cirurgia de retirada da próstata;
Cirurgias oncológicas pélvicas;
Radioterapia na região pélvica.

Problemas anatômicos 

Alguns homens nascem ou desenvolvem alterações no corpo que predispõem a disfunção erétil. Como exemplo, há a doença de Peyronie, que gera um tecido cicatricial que altera a curvatura do pênis e pode dificultar a ereção.
 

Causas psicológicas

Em muitos casos, a disfunção erétil está relacionada a problemas psicológicos, especialmente em homens com menos de 40 anos e com sintomas de início repentino. 

 

Problemas de saúde mental, como depressão ou ansiedade, podem tornar mais difícil ficar e se manter excitado. O estresse também é um fator importante, pois interfere no envio dos sinais do cérebro que fazem com que o sangue flua para o pênis.

 

Em muitos casos, problemas psicológicos evoluem para ansiedade de desempenho, que é um medo intenso e persistente que certas pessoas têm de serem avaliadas, o que também atrapalha a ereção.

 

Embora às vezes seja difícil determinar a causa específica da sua disfunção erétil, o esforço sempre vale a pena. Se não for tratada, essa condição agrava o estresse e a ansiedade, bem como gera baixa autoestima e problemas nos relacionamentos.

 

Já deu para perceber que acompanhamento médico é essencial, certo? Atualmente, existem várias opções de medicamentos eficazes para tratar essa condição. Continue lendo e não seja pego desprevenido.
 

Há fatores de risco para disfunção erétil?

É verdade que conforme você envelhece, as ereções podem demorar mais para começar e podem não ser tão firmes. Mas, atenção: se há grande dificuldade em consegui-las, você pode estar sofrendo de disfunção erétil. 

 

Alguns homens estão mais propensos a ter o problema, como os que:
 

Têm problemas

cardíacos ou

diabetes;

Fumam
cigarro;

Estão com

sobrepeso ou

obesidade;

São sedentários;

Removeram a próstata;

Têm lesões nos nervos e artérias que controlam a ereção;

Usam determinados medicamentos, como antidepressivos e anti-hipertensivos;

Convivem com estresse, ansiedade ou depressão;

Usam drogas
ou álcool.

Se você possui um ou mais dos distúrbios acima, não deixe de procurar um médico. Apenas esse profissional poderá oferecer alternativas de tratamento. Lembre-se ainda de não alterar ou suspender medicação sem consultá-lo, certo?

Acho que tenho disfunção erétil, e agora?

Poucos homens querem falar sobre sua incapacidade de obter ou manter uma ereção. No entanto, a disfunção erétil pode ter um impacto profundo nos relacionamentos e na auto-estima.

 

Problemas no quarto não significam necessariamente que você esteja lidando com disfunção erétil. A maioria dos homens terá dificuldade de ereção em algum momento de sua história sexual. Mas um dia ruim não significa grandes problemas de saúde sexual. Então, como saber se você está lidando com disfunção erétil?

 

Há uma regra que pode te ajudar: se você tem dificuldade para ter ou manter uma ereção em pelo menos 50% das tentativas de fazer sexo, está na hora de buscar ajuda.

Como é feito o diagnóstico?

Felizmente, a disfunção erétil tem tratamento. O primeiro passo para você melhorar de vida é buscar um médico urologista ou andrologista. Na consulta, o profissional avaliará sintomas físicos e psicológicos, assim como pedirá informações e solicitará exames. Veja, em detalhes, quais avaliações e exames são importantes nesse processo:

Avaliação médica

O médico fará uma avaliação clínica completa, que inclui entender todas as suas queixas, fatores de risco e histórico sexual.

 

Ele ainda realizará um exame físico detalhado, buscando fatores de risco e possíveis causas para a DE, como alterações circulatórias, neurológicas ou hormonais. Também pode ser feita uma avaliação psicológica para detectar sintomas de depressão e ansiedade.

 

Durante essa consulta, poderão vir à tona distúrbios importantes, como pressão alta e insuficiência vascular. Nesse caso, podem ser prescritos medicamentos antes mesmo dos exames serem feitos.
 

Exames para diagnosticar disfunção erétil

Pode ser necessário realizar exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico e entender suas origens. Não se assuste, eles são simples! A maioria, na verdade, consiste na coleta de sangue para medir a quantidade de certas substâncias no corpo, como colesterol e açúcar. Caso haja suspeita de algum problema hormonal, como a deficiência de testosterona, o médico também poderá solicitar a dosagem desse e de outros hormônios.

 

Em algumas situações, são feitos exames mais específicos, como no caso de disfunção erétil em jovens, pessoas com trauma na região pélvica ou que não apresentam resposta satisfatória ao tratamento inicial. Nesses casos, podem ser solicitados:
 

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Ultrassom doppler peniano

 

Exame não invasivo que fornece informações importantes a respeito dos vasos sanguíneos do pênis. Pode ser combinado com o teste de ereção fármaco-induzido para uma avaliação mais completa da resposta vascular;

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Teste de tumescência peniana noturna

 

Avalia a quantidade, rigidez e duração das ereções noturnas;

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Teste de ereção fármaco-induzido

 

Alguns medicamentos são administrados no pênis para que sua resposta à ereção seja avaliada.

Como tratar disfunção erétil?

Já existem tratamentos efetivos para essa condição. A escolha do mais adequado dependerá das suas condições de saúde. Continue conosco e saiba mais sobre as alternativas.

 

Adote um estilo de vida saudável

Sabia que antes mesmo de procurar ajuda médica, é possível tomar atitudes que beneficiem a sua saúde? Mudar alguns fatores de risco controláveis é fundamental no tratamento da impotência. Para isso, você deve:

Praticar atividades físicas 

 

Procure exercitar-se regularmente, mas sempre com a orientação de um profissional de saúde, como um educador físico.

Manter uma alimentação saudável

 

Procure exercitar-se regularmente, mas sempre com a orientação de um profissional de saúde, como um educador físico.

Parar de fumar

 

Um ano após parar de fumar, há uma melhora significativa na qualidade da ereção, além de outros benefícios à saúde. Por isso, deixe o cigarro de lado.

Substitua medicamentos que causam disfunção erétil

Se o seu caso de disfunção estiver associado ao uso de algum medicamento, peça para que seu médico o substitua. Contudo, lembre-se que você não deve parar de tomar medicamentos por conta própria, certo? Procure sempre orientação de um profissional da saúde.

Remédios para disfunção erétil

Existem remédios orais que melhoram o fluxo sanguíneo para o pênis. Apesar de não curarem a DE, essas fórmulas permitem obter e manter ereções satisfatórias, devolvendo o prazer de se relacionar sexualmente.

 

É importante que você saiba que esses medicamentos são facilitadores e que o estímulo sexual e o desejo precisam existir para que a ereção aconteça. Ainda assim, eles só devem ser utilizados após prescrição médica. Por isso, nunca se automedique. 
Outro ponto significativo é que esses remédios são contraindicados para homens que usam fórmulas com nitrato, que têm doenças graves no fígado, rins ou coração e que sofreram infarto ou derrame nos últimos seis meses.
 

Terapia de reposição hormonal

Se você apresenta disfunção erétil pela falta do principal hormônio sexual masculino, a testosterona, pode obter benefícios com a reposição hormonal. Ela pode ser feita na forma de injeções intramusculares, gel ou comprimidos, tudo sempre sob orientação médica.

Psicoterapia

É muito comum que homens com estresse, depressão ou ansiedade apresentem disfunção erétil, uma vez que o processo de excitação envolve muitas emoções. O apoio psicológico é essencial para esses casos, gerando resultados positivos a longo prazo.

Dispositivos de constrição a vácuo

Alternativa aos medicamentos orais, as bombas de vácuo penianas podem criar ereções. Uma vez que se desenvolve, uma faixa é colocada ao redor da base do pênis para mantê-la.

Injeção peniana

Costuma ser utilizada em penúltimo caso, quando não há resposta satisfatória aos medicamentos e terapias. A injeção de medicamentos diretamente no pênis promove o relaxamento da musculatura e o aumento do fluxo sanguíneo, promovendo a ereção.

Prótese peniana

É um tratamento de final de linha, ou seja, indicado apenas quando outros métodos terapêuticos, inclusive a injeção peniana, não funcionam. O implante da prótese peniana tem como objetivo proporcionar rigidez ao pênis. Embora irreversível, o procedimento é seguro, não afeta a libido, a fertilidade ou a ejaculação.

É possível evitar a disfunção erétil?

Embora nem sempre seja possível prevenir esse problema, cuidar de si reduz o risco de desenvolvê-lo. Em geral, quanto mais saudável você for, menor será a probabilidade de ter disfunção erétil. Fazer o seguinte pode ajudar:

Pratique exercícios físicos
O sedentarismo aumenta o risco de doenças cardiovasculares, que estão relacionadas à impotência. Procure se exercitar regularmente, mas não se esqueça de consultar um médico para saber se você tem algum tipo de impedimento e quais são as atividades mais indicadas para o seu perfil.

Não fume

O tabagismo está associado a maior risco de problemas circulatórios, aumentando a probabilidade de DE. Inclusive, não fumar ou parar de fumar são medidas de prevenção indicadas para toda pessoa que deseja melhorar a qualidade de vida.

Tenha uma alimentação balanceada

Isso ajuda a manter o peso ideal e evita alguns problemas de saúde, como diabetes, que é outro fator de risco para disfunção erétil. Por isso, prefira alimentos não industrializados e consuma sal e açúcar com moderação. Procure sempre comer legumes, verduras e boas fontes de proteína. Outra dica é evitar frituras e comidas muito gordurosas.

Evite bebidas alcoólicas

O consumo excessivo de álcool causa relaxamento que, por vezes, acaba dificultando a ereção. Além disso, uma série de outros problemas de saúde podem ser provocados pelo excesso da bebida.
 

Mantenha o equilíbrio emocional

Estresse e ansiedade estão associados à disfunção erétil. Por isso, não deixe de cuidar da sua saúde mental. Reserve um tempo para você fazer o que gosta.

Tendo aprendido muito mais sobre a disfunção erétil, incluindo seus fatores de risco e causas, você deve estar preparado para avaliar sua própria função erétil. Se você já teve problemas de ereção ou tem alguns dos fatores de risco mencionados acima, pode valer a pena ir ao consultório do seu médico urologista ou andrologista.

 

Se você decidir procurar ajuda, dê ao seu médico o máximo de informações que puder sobre seus sintomas, incluindo frequência e gravidade, bem como a data de início das queixas. Com a ajuda do especialista, você decidirá qual é o melhor tratamento para restaurar a função sexual.

 

A disfunção erétil pode ser uma condição desagradável sobre a qual ninguém quer falar e reconhecer, mas isso não fará com que ela desapareça. A sua melhor defesa contra problemas de saúde como esse é aprender tudo o que puder sobre o assunto, para poder lidar com o problema pela raiz. Se você está pronto para parar de viver na vergonha e recuperar sua autoestima e prazer, encare a conversa com seu médico.
 

Fontes: