O que são ISTS?

Dúvidas sobre ISTs? Explicamos tudo que você precisa saber

  Tempo de leitura:30 minutos

 

Com certeza você conhece as famosas (e nada glamourosas) doenças sexualmente transmissíveis ou DSTs, como a gonorreia ou a AIDS, certo? E sobre as ISTs, você já ouviu falar? As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) nada mais são do que a nova nomenclatura usada para se referir às DSTs. Mais de um milhão de novos casos de ISTs ocorrem por dia em todo o planeta e cerca de 360 milhões de novas infecções são registradas por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

Essas condições podem ter uma variedade de sintomas, dependendo do organismo causador da infecção, e afetam homens e mulheres de todas as idades. 

 

Mas não se engane, elas também podem aparecer de maneira silenciosa e totalmente assintomática, ou seja, não dar qualquer sinal durante algum tempo ou até por toda a vida de que estão lá. 

 

Inclusive, esse foi o motivo pelo qual o termo “doença sexualmente transmissível” (DST) foi substituído por “infecção sexualmente transmissível” (IST), porque doenças causam sinais e sintomas, já infecções podem variar neste sentido.

 

Mesmo com o avanço da Medicina e o abrangente leque de informações, ainda existem mais de 20 tipos de ISTs desconhecidas. O assunto é espinhoso, mas importante! Por isso, continue lendo para saber mais sobre quais são as principais, seus sinais e sintomas.
 

O que são as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)?

IST é uma infecção transmitida de uma pessoa para outra por meio do contato sexual. Ela ocorre quando uma bactéria, vírus ou parasita entra e cresce em seu corpo.

 

Somente algumas condições desse tipo podem ser curadas. Felizmente, para aquelas que não podem, existem medicamentos que controlam os sintomas.
 

Como as ISTs são transmitidas?

As ISTs são causadas por vírus, bactérias e outros micro-organismos. Sua transmissão pode acontecer de diferentes formas:

Contato sexual

 

Praticar relações sexuais (oral, vaginal ou anal), com uma pessoa que esteja infectada, sem o uso de camisinha masculina ou feminina.

Mãe para filho(a)

 

A chamada “transmissão vertical”, acontece quando mulheres infectadas transmitem a IST para a criança durante a gestação, parto ou amamentação. Muitas vezes, medidas de prevenção podem ser aplicadas para evitar esse tipo de contaminação, como o uso de medicamentos. Porém, quando se trata do HIV essa prevenção é mais complicada.

Contato de mucosas ou sangue contaminado

 

Esse tipo de transmissão é pouco comum. Em caso de contato entre mucosas ou peles machucadas com fluidos corporais contaminados, como o sangue ou saliva, a infecção pode ocorrer.

Quais são os tipos de ISTs mais comuns?

HIV

Embora o HIV (sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana) ataque células específicas do sistema imunológico, ele pode ser controlado por medicamentos específicos. Quando não é tratado, pode progredir para AIDS (sigla em inglês para síndrome da imunodeficiência adquirida), doença que deixa o sistema imune vulnerável a infecções e doenças oportunistas.

 

O vírus é transmitido apenas por meio do contato com fluidos corporais, como secreções vaginais, sêmen ou sangue e, uma vez no corpo, faz com que as nossas células de defesa - leucócitos, macrófagos e linfócitos - atuem com menor eficiência. Se não for realizado o tratamento correto, o HIV vira AIDS e o soropositivo pode ir a óbito.

 

Algumas pessoas apresentam sintomas semelhantes aos da gripe em um período de 2 a 4 semanas após a infecção, mas isso não é regra: de 10 a 60% das infecções são assintomáticas. De qualquer forma, é preciso ficar atento e procurar um médico caso sinta algum dos sintomas abaixo:
 

- Febre;


- Arrepios;


- Irritação na pele;
 

- Suor noturno;


- Dores musculares;


- Dor de garganta;

- Fadiga;


- Gânglios linfáticos inchados;


- Úlceras na boca.

Infelizmente, a condição ainda não tem cura, mas, diferente de antigamente, o tratamento com antirretrovirais permite que a carga do vírus HIV fique indetectável e até intransmissível por relações sexuais. Ainda assim, quem não segue o tratamento pode contaminar outras pessoas, por isso use preservativo e proteja-se, combinado?
 

HPV

O vírus do papiloma humano (HPV) – em inglês human papillomavirus – é um “fantasma” que assombra principalmente as mulheres, embora nós, homens, também possamos contrair a doença e desenvolver seus sintomas. 

 

Segundo estudo publicado pela Associação Americana de Doenças Sexualmente Transmissíveis, pelo menos 80% das pessoas sexualmente ativas já tiveram contato com o HPV - são mais de 200 tipos diferentes do vírus.

 

Alguns deles são assintomáticos, outros podem causar verrugas na região genital - portanto, se identificar alguma, procure um médico.
 
Além disso, existem aqueles que estão relacionados com o desenvolvimento de câncer, como o HPV-16 e o 18. Eles estão associados a quase todos os casos de câncer de colo de útero e com boa parte dos casos de câncer de pênis, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

Essa IST é transmitida principalmente pelo contato direto com a pele ou as mucosas de pessoas infectadas. Por isso, cuidado com as relações sexuais sem preservativo, sejam de forma oral, genital ou anal. 
 

Clamídia

É uma infecção sexualmente transmissível (IST) comum e que pode afetar tanto homens quanto mulheres. Causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, ela pode ser transmitida pelo sexo anal, oral ou vaginal. Há também casos congênitos, ou seja, passados de mãe para filho durante a gravidez.

 

Pessoas que têm a doença geralmente não apresentam sintomas no estágio inicial. Na verdade, cerca de 70% dos homens com essa IST são assintomáticos, e isso reforça a importância do uso de preservativos regularmente, já que pessoas sem sintomas podem ser vetores da doença. Mas quando a condição se manifesta, pode gerar:
 

Ardor ou dor
ao urinar;

Corrimento
vaginal ou
secreção uretral;

Dor nos testículos
ou ânus.

Se não tratada, a clamídia pode gerar várias complicações. As principais são:

Epididimite

 

Inflamação do epidídimo (canal que coleta e armazena os espermatozóides produzidos pelo testículo), ocasionalmente acompanhada por inflamação dos testículos (orquiepididimite).

Uretrite masculina

 

Inflamação na uretra.

Gonorreia

Essa é uma infecção causada por uma bactéria popularmente conhecida como gonococo. No homem, pode afetar pênis, ânus e testículos. A partir do momento em que penetra o canal da uretra, a bactéria provoca inflamação local, infecção, dor ou ardor ao urinar e saída de secreção com pus pela uretra. As mulheres, por sua vez, podem apresentar corrimento e prurido vaginal.

 

A gonorreia, como as outras doenças, também é transmitida pelo sexo sem proteção e pode ser detectada por exames de rotina. Fique atento, pois é importante que o tratamento seja feito rapidamente. Caso contrário, há risco de você desenvolver complicações maiores, como a infertilidade.
 

Hepatite B

É uma doença infecciosa causada pelo vírus B da hepatite (HBV), que afeta o fígado e pode causar complicações agudas ou crônicas. Considerada uma infecção sexualmente transmissível, a hepatite B existe no sangue, saliva, esperma, secreções vaginais e leite materno de doentes ou portadores assintomáticos. 

 

Além das relações sexuais sem proteção, o HBV pode ser transmitido durante a gravidez ou parto, assim como por meio do compartilhamento de objetos cortantes, como tesouras e agulhas.

 

A hepatite B é dividida em dois subtipos:
 

Infecção aguda

 

Causa sintomas como mal-estar, perda de apetite, enjoo, vômito, dores no corpo, febre baixa, urina de cor escura e fezes claras. Nos estágios mais avançados, deixa a pele e os olhos amarelados. Na maior parte dos casos, esse mal se resolve espontaneamente até seis meses após os primeiros sintomas, sendo considerada de curta duração.

Infecção crônica

 

Pode ser assintomática ou estar associada a uma inflamação crônica do fígado que, após alguns anos, leva à cirrose.

O risco da infecção se tornar crônica depende da idade da pessoa. Em adultos, por exemplo, 20% a 30% dos infectados cronicamente pelo vírus B da hepatite desenvolvem cirrose e/ou câncer de fígado.

 

O diagnóstico é feito por meio do exame de sangue e o tratamento é realizado com antivirais específicos.

 

Há uma boa notícia. Existe outra forma de prevenção além dos preservativos e do não compartilhamento de objetos de uso pessoal: a vacinação. Ela é extremamente eficaz e segura. Então, se você não é vacinado contra hepatite B, procure o posto de saúde mais próximo da sua casa.
 

Sífilis

Infecção sexualmente transmissível que é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum.

 

Essa doença apresenta várias manifestações clínicas e diferentes estágios:
 

Primária

 

10 a 90 dias após o contágio, surgem feridas na região infectada, como no pênis, no ânus ou na boca. Quem apresenta essa doença, não sente dor, coceira ou ardência, mas pode notar caroços na virilha.

Secundária

 

Depois da cicatrização das primeiras feridas, costumam surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, além de febre, mal-estar e dor de cabeça.

Latente

 

Nesta fase, não há sintomas.

Terciária

 

Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. Costuma apresentar lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

Herpes genital

O herpes genital é uma IST que ataca a pele e/ou a mucosa dos genitais de homens e mulheres. Seus sintomas incluem coceira, ardência e formigamento, podendo evoluir para pequenas bolhas e feridas que desaparecem espontaneamente.

 

Essa é uma IST muito comum em adultos. Para se ter ideia, existem no mundo mais de 3,7 bilhões de infectados com menos de 50 anos, ou seja, quase 50% da população do planeta, segundo dados da OMS. Por isso, fique atento aos sinais e busque ajuda médica caso perceba algum sintoma.
 

Tricomoníase

Essa IST é causada pelo parasita Trichomonas e pode ser bastante desconfortável na região genital. Os homens dificilmente desenvolvem sintomas, mas quando apresentam, são:

Inflamação da
uretra e dor para
urinar;

Secreção uretral
purulenta;

Prostatites,
epididimites.

Quais são os sintomas das ISTs?

Nem sempre é possível notar as infecções sexualmente transmissíveis, já que em alguns casos elas não geram sinais ou sintomas. Quando isso acontece, você pode conviver com a doença por anos sem nem saber que ela está por ali. Assustador, não é?

 

Porém, quando surgem, os sintomas podem se manifestar como feridas, corrimento e até verrugas, por exemplo. Por isso, fique de olho no seu corpo durante o banho, pois assim você poderá identificar alterações no estágio inicial, quando a taxa de sucesso do tratamento é maior.

 

Se você perceber algum sinal ou sintoma, procure um médico, independentemente de quando ou com quem foi sua última relação sexual. 

 

Para te ajudar a identificar esses pontos de atenção, listamos os principais. Vamos, juntos, entender como as ISTs se manifestam no corpo.
 

Corrimento

São secreções eliminadas pela uretra que costumam surgir em casos de gonorreia, clamídia e tricomoníase. Sua coloração pode ser esbranquiçada, esverdeada ou amarelada, dependendo da IST por trás do quadro. Os corrimentos também podem vir acompanhados de:

 Cheiro forte;

Coceira;

Dor ao urinar
ou durante a
relação sexual.

Feridas

Algumas feridas isoladas ou múltiplas, dolorosas ou não, podem aparecer nos órgãos genitais masculinos em casos de sífilis e herpes genital . Outras características são:

Aparecem, geralmente, na
extremidade do pênis;

Os tipos de feridas são
muito variadas e podem
se apresentar como
vesículas, úlceras
e manchas, entre outros.

Verrugas anogenitais

Geralmente causadas pelo HPV, podem ser múltiplas ou únicas. Elas aparecem tanto em órgãos genitais quanto em outras áreas do corpo, dependendo do tipo do vírus. Outras características são:

Não doem, mas causam
irritação na pele e coceira;

 Podem ter aspecto
de “couve-flor”.

Outros sintomas

Existem infecções sexualmente transmissíveis que causam sintomas específicos. Entenda melhor:

HIV/Aids

 

Comprometimento do sistema imunológico, fadiga, febre, dores ou
inchaço na região genital, perda de peso e diarreia;

Hepatite B

 

Dores abdominais, emagrecimento inexplicado, febre que vai e volta, diarreia, fadiga, mal-estar, perda de apetite, olhos e pele amarelados, urina escura, fezes claras.

Não tenha vergonha de procurar um médico. Infecções sexualmente transmissíveis podem se tornar graves e precisam ser tratadas. 

 

Algumas dessas ISTs podem não gerar sintomas, sendo diagnosticadas apenas por exames de rotina. Por isso, é muito importante observar se você se expôs a situações de risco, como sexo sem camisinha, e fazer exames preventivos.
 

Há fatores de risco?

Alguns comportamentos e fatores podem ser a porta de entrada para essas infecções sexualmente transmissíveis. Só no estado de São Paulo, os casos de sífilis por transmissão sexual cresceram 603% em seis anos (2013-2017), segundo a Secretaria Estadual da Saúde. Dados como esse mostram a importância de se cuidar e evitar, na medida do possível, as seguintes situações:
 

Sexo desprotegido

 

Sabia que fazer sexo sem camisinha é a principal forma de transmissão das ISTs? Inclusive, o HPV pode ser transmitido pelo contato com fluidos sexuais, mesmo sem penetração. Portanto, todo cuidado é pouco.

Múltiplos parceiros sexuais

 

É sempre bom ter em mente que quanto maior for o número de pessoas com quem se mantiver relações sexuais, mais elevada é a chance de se relacionar com alguém que tenha alguma IST.

Histórico de ISTs

 

Se você já tem um tipo de infecção sexualmente transmissível, fica muito mais fácil para outra se estabelecer no seu corpo.

Compartilhamento de objetos

 

Materiais hospitalares, como agulhas e seringas, ou objetos cortantes, como tesouras, podem transmitir ISTs. Então, quando for à pedicure ou fizer uma nova tatuagem, exija sempre materiais descartáveis.

Contato com material contaminado

 

Algumas ISTs podem ser transmitidas pelo contato com sangue, feridas e mucosas de pessoas contaminadas.

Idade

 

Embora não seja um fator de risco controlável, jovens de 14 a 25 anos são mais suscetíveis a comportamentos de risco, como consumo de álcool, uso de drogas, parceiros sexuais casuais/múltiplos e prática de sexo desprotegido. Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)  de 2015, 33,8% dos estudantes sexualmente ativos do nono ano não haviam usado preservativos na última relação sexual. Preocupante, não é?

Lembre-se, se você é uma pessoa sexualmente ativa, evite se expor aos fatores de risco controláveis das ISTs. Não se coloque em situações perigosas, conheça o modo de prevenção, mantenha os exames em dia e, em caso de contaminação, não deixe de procurar um especialista imediatamente e avisar a(o) parceira(o). Cuide-se!

Como é feito o diagnóstico de ISTs?

Causadas por 30 tipos diferentes de fungos, bactérias, vírus e protozoários, as infecções sexualmente transmissíveis normalmente são transmitidas pelo contato sexual. Às vezes, não apresentam sinais e sintomas, o que dificulta o diagnóstico, tratamento, e ainda aumenta o número de contaminados.

 

O diagnóstico é obtido com base nos sintomas e na observação dos órgãos genitais, e pode ser confirmado por exames de sangue e microbiológicos. 
 

Avaliação clínica

Um médico vai conversar com você para saber como está se sentindo e se há alguma queixa. Ele também irá examiná-lo para procurar alguma lesão no seu corpo que possa indicar ISTs, como feridas ou verrugas.

 

Identificação de comportamentos de risco

 

O médico vai procurar saber se você costuma se expor a riscos, como fazer sexo sem camisinha ou usar drogas. Tome cuidado, essas são formas bastante comuns de se infectar. É importante ser honesto na conversa com ele.
 

Exames e testes rápidos para detectar ISTs

Uma conversa com um médico e exames na base no “olhômetro” não são suficientes para um diagnóstico preciso, já que alguns pacientes não apresentam sintomas. Por isso, avaliações laboratoriais ou testes rápidos podem ser indicados, assim como exames para gonorreia, clamídia, sífilis, HIV e hepatites B e C.

 

A execução, leitura e interpretação do resultado dos testes rápidos ocorrem em, no máximo, 30 minutos e podem ser feitas no próprio consultório. Esses exames são realizados com amostras de sangue, soro, plasma ou fluido oral.

 

É sempre bom lembrar a importância de que o diagnóstico de IST seja feito precocemente, assim como o início do tratamento indicado. Essa é a única forma de interromper a cadeia de transmissão, ajudar a melhorar a qualidade de vida e evitar complicações para sua saúde.

 

Se seu diagnóstico for positivo, fale com sua/seu parceira(o) sobre o que está acontecendo. É muito importante que haja transparência e sinceridade nesses momentos, uma vez que as ISTs também podem acarretar complicações para ambos os sexos.
 

Como tratar ISTs?

As infecções sexualmente transmissíveis são causadas por diferentes agentes, como bactérias e vírus. Os tipos causados por bactérias geralmente são mais fáceis de tratar, já as infecções virais podem ser controladas, mas nem sempre são curadas, como é o caso do HIV. Explicamos passo a passo como cada tratamento é feito.
 

Remédios

Quando falamos em tratamento, logo pensamos em cura, certo? E quando a cura não é possível? Bom, nesse caso, o objetivo é interromper a cadeia de transmissão para que ninguém seja contaminado, assim como melhorar a qualidade de vida do paciente e evitar complicações para a sua saúde. Para isso, são usados:

Antibióticos

 

Atuam para combater muitas infecções bacterianas e parasitárias transmitidas sexualmente, como gonorreia, sífilis, clamídia e tricomoníase. Depois de começar o tratamento, é muito importante segui-lo até o fim. As relações sexuais devem ser evitadas até qualquer lesão ter cicatrizado por completo.

Medicamentos antirretrovirais

 

Aqui, estamos falando das infecções causadas por retrovírus, como o HIV. São mais de 22 tipos de antirretrovirais que aumentam o tempo e a qualidade de vida e reduzem o número de internações e infecções por doenças oportunistas. Embora os antirretrovirais mantenham a infecção sob controle, o vírus persiste e, em alguns casos, ainda pode ser transmitido para outras pessoas.

Tratamento das ISTs mais comuns

HIV/AIDS – a mais grave e preocupante das ISTs não tem cura, mas ainda assim pode ser controlada. Os cuidados envolvem medicamentos antirretrovirais, que ajudam a evitar a falência do sistema imunológico.

 

Esse tratamento vai além de melhorar a qualidade de vida, já que também evita a transmissão do HIV. Isso porque os antirretrovirais reduzem a quantidade de vírus circulante no corpo do paciente, fazendo com que ele alcance a chamada “carga viral indetectável”, na qual há uma rara possibilidade de transmissão para outra pessoa em relações sexuais desprotegidas.
 

HPV – assim como no caso do HIV, o HPV não tem cura. Existem algumas opções para tratar esse vírus considerando o estado de cada pessoa, como extensão e quantidade de verrugas e possíveis efeitos colaterais. Elas são:
 

Remédios

 

O uso de remédios em forma de pomada ou creme para eliminar as verrugas do HPV é a forma mais comum de tratamento.

Cirurgia

 

Se as lesões causadas pelo HPV não desaparecerem apenas com o uso dos remédios, as verrugas forem grandes ou a pessoa tiver tendência para sangramento, o médico poderá indicar uma cirurgia para remoção.

Crioterapia

 

Essa é também uma opção de tratamento que consiste em realizar o congelamento da verruga por meio da utilização de nitrogênio líquido, sendo indicada para verrugas mais externas.

Clamídia e gonorreia – são tratadas ao mesmo tempo e com o uso de antibióticos, porque costumam aparecer juntas. O tratamento pode ser feito em dose única, mas isso não é regra. Geralmente, a cura ocorre entre uma e duas semanas.
 

Hepatite B – so tratamento desse tipo de hepatite em sua fase aguda inclui repouso, dieta, hidratação e a não ingestão de bebidas alcoólicas. Se for necessário, podem ser utilizados remédios para aliviar os sintomas.

 

No caso da hepatite B crônica, além da não ingestão de álcool e da dieta pobre em gordura, são usados medicamentos antirretrovirais de uso contínuo, que têm como missão impedir danos ao fígado. Não subestime essa infecção, pois, se não tratada, pode evoluir para cirrose hepática e câncer.

 

Sífilis – quando diagnosticada e tratada nos estágios iniciais, a sífilis pode ser curada. O tratamento é feito com antibióticos, como a penicilina. Mais da metade das pessoas nos estágios iniciais dessa doença pode apresentar reação ao tratamento, como febre, calafrios e dor de cabeça.

 

Herpes genital – não há cura, mas o uso de medicamentos antivirais orais no início do quadro pode trazer alguns benefícios, como:

Cura mais rápida
das feridas;

Diminuição da gravidade
e da duração dos
outros sintomas;

Redução das chances
de transmitir o vírus.

O tempo de tratamento depende do remédio e da dose, mas normalmente é de 7 a 10 dias.

 

Tricomoníase – seu tratamento tem como objetivo aliviar os sintomas da infecção e prevenir futuras complicações. Isso porque, quando essa doença não é tratada, há maior risco de adquirir outras infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, gonorreia e clamídia.

 

Para isso, são usados antibióticos de acordo com a orientação médica, geralmente por uma semana.

 

Se você esteve ou está em uma relação estável, converse com seu/sua parceira(o) sobre a IST e busquem tratamento juntos. O casal deve ser tratado e, até que a infecção seja curada, não deve haver relação sexual.
 

Como evitar as infecções sexualmente transmissíveis?

Não estamos falando aqui para você parar de fazer sexo. Muito pelo contrário, manter uma vida sexual ativa é saudável e necessário, mas é preciso se proteger. E já que maioria dos casos de ISTs é decorrente de relações sexuais, leve sempre uma camisinha com você. Sexo seguro é a melhor forma de prevenção.

 

Enquanto existem vários métodos anticoncepcionais, o único para evitar a gravidez que também tem eficácia para prevenção de ISTs é a camisinha (masculina ou feminina), que pode ser obtida gratuitamente em postos de saúde.

 

Tenha sempre em mente que, apesar de haver tratamentos para muitas infecções sexualmente transmissíveis, algumas, como HIV/Aids, ainda não têm cura e podem mudar totalmente o seu estilo de vida.

 

Não seja pego de surpresa! Saiba como é simples evitar as ISTs:
 

Use Camisinha

Use camisinha

 

Usar o preservativo masculino ou feminino corretamente em todas as relações sexuais é a forma mais eficiente de se proteger de ISTs. No entanto, 45% da população brasileira sexualmente ativa não segue essa recomendação, segundo pesquisa do Ministério da Saúde (2013), o que aumenta a quantidade de infectados anualmente. Usar preservativo não é a única prática que envolve o sexo seguro. Também é importante que você:

 

● Tome vacinas, como as da hepatite A (HAV), hepatite B (HBV) e HPV;

● Converse com seu ou sua parceira(o) sobre testagem para HIV e outras ISTs;

● Teste regularmente para HIV e outras ISTs;

● Realize exames complementares, quando indicado.

Gel Lubrificante

Aposte no gel lubrificante íntimo

 

Ele pode ajudar na prevenção da transmissão do HIV, já que diminui o atrito e, com isso, a possibilidade de provocar lesões nas mucosas genital e anal, que funcionam como porta de entrada para o vírus e outros micro-organismos.

Agulhas e seringas

Não compartilhe agulhas, seringas e objetos cortantes

 

Usar agulhas e seringas contaminadas é uma das maneiras de transmissão de ISTs. Quando fizer exame de sangue ou tatuagem, por exemplo, exija material descartável.

Evitar essas infecções sexualmente transmissíveis é um sinal de responsabilidade, amor e cuidado consigo próprio e com a pessoa parceira. Caso tenha alguma dúvida sobre ISTs e sua prevenção, converse com o seu médico.

Existem complicações das IST?

As infecções sexualmente transmissíveis estão novamente em alta no nosso país. Até pouco tempo, esse tipo de infecção estava controlado, mas só em 2017 os casos de sífilis aumentaram 28%, colocando essa IST no topo da lista de ascensão.


O problema não para por aí. Há indicativos de que também estejam aumentando as hepatites virais – condições altamente perigosas, pois podem evoluir para cirrose e câncer de fígado. 

 

A AIDS também cresce: segundo dados do Unaids, programa das Nações Unidas especializado na epidemia, o Brasil apresentou aumento de 21% no número de novas infecções por HIV de 2010 a 2018, o que vai na contramão mundial. No mesmo período, a queda foi de 16% no planeta.

 

Não se engane se uma IST simplesmente não apresentar sintomas ou se desaparecer, assim, de uma hora para outra. Isso não quer dizer que ela tenha sido curada. Muitas vezes os micro-organismos ficam alojados de forma silenciosa em nosso organismo para atacá-lo no futuro e de maneira muito mais agressiva. Por isso, ignorar os sintomas e não procurar ajuda médica pode levar a várias complicações, como:

Infertilidade
Principalmente se você ainda pensa em ter filhos, cuidado. A infertilidade masculina pode ser resultado de uma infecção nos testículos frequentemente atribuída à clamídia. Ela reduz o número de gametas, tornando mais difícil a concepção.

Maior risco de HIV
As ISTs não tratadas aumentam consideravelmente o risco de se contrair o vírus da AIDS em relações desprotegidas. Quando a sífilis não é tratada, por exemplo, eleva de três a cinco vezes a probabilidade de você pegar HIV.  
 

Orquiepididimite 
É uma inflamação dos testículos e do epidídimo (pequeno canal que coleta e armazena os espermatozóides) causada por ISTs não tratadas, como clamídia e gonorreia. Seus sintomas podem ser desagradáveis, como dor, inchaço, vermelhidão e sensação de calor no saco testicular, assim como febre.

Complicações da sífilis
Se não for tratada, a sífilis pode gerar complicações importantes, como falência de órgãos, derrame cerebral, paralisia, cegueira, surdez, doenças cardíacas e demência.
 

Transmissão para bebês
Carne vermelha, embutidos, laticínios e acredite se quiser, mas nem os bebês estão livres desse risco. Além das complicações das infecções sexualmente transmissíveis não tratadas, é importante saber que uma IST, como o HIV, também pode ser passada da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.
 

Caso apresente qualquer sintoma de IST, não pense duas vezes em procurar um médico e não tome medicações por conta própria. Apenas um especialista saberá avaliar seu caso e prescrever o tratamento adequado. Faça também os exames de rastreamento anualmente.

 

Lembre-se que quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico, maiores são as chances de cura e menores as de transmissão e complicações pela IST. Não se esqueça que prevenir é o melhor remédio.

Fontes: